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NOSSA HISTÓRIA

 

Presbiterianismo

 

O presbiterianimos designa ao mesmo tempo, um sistema de doutrina e uma forma de governo. A sua história remonta à reforma protestante do século XVI, ainda na europa continental. Como sistema de doutrina, ele corresponde, inicialmente, ao ensino de João Calvino, eminente teólogo da reforma, caracterizado pelo reconhecimento do testemunho bíblico acerca da soberania e glória de Deus, da mediação exclusiva de Cristo para a restauração de Sua relação com os homens, da efetividade da graça e da instrumentalidade da fé para a salvação, da autoridade exclusiva das próprias Escrituras Sagradas.

 

O ensino de Calvino espalhou-se pela europa até chegar às ilhas inglesas, onde ele foi recebido em sua forma plena, para o que muito contribuiu John Knox, que havia estudado em genebra com Calvino. O calvinismo influenciou o sistema de governo eclesiástico principalmente na Escócia, antes dominada pelo catolicismo romano, mas chegou a alcançar todo o reino unido. Num tempo de conturbação política, o governo exercido por anciãos eleitos pelas congregações, em vez do governo episcopal, representava uma ameaça libertária ao poder no reino unido. Mesmo assim, sob influência da fiel pregação do evangelho, o sistema presbiteriano prosperou pelo trabalho dos puritanos ingleses.

 

Eles chegaram a dominar por um período o parlamento inglês, e nesse período convocaram uma assembleia com o fim de estabelecer padrões doutrinários para todo o reino. A assembleia, composta por 121 dos mais capazes presbíteros do reino, de maioria calvinista e puritana, se reuniu a partir de primeiro de julho de 1643, na Abadia de Westminster, em Londres, ao longo de cinco anos e meio. Essa assembleia produziu diversos documentos, entre os quais a sua "Confissão de Fé", o "Catecismo Maior" e o "Breve Catecismo". Esses documentos são uma expressão acabada da fé reformada e do sistema presbiteriano.

 

O puritanismo sofreu, depois disso, forte oposição no reino e muitos cristãos piedosos buscaram refúgio nas colônias inglesas na América. Muito embora a maioria dos cristãos de ascendência puritana que emigrou para a América tenha se organizado em igrejas de características congregacionais, imigrantes escoceses e irlaneses levaram o presbiterianismo para lá. Mesmo sob perseguição da igreja inglesa (igreja oficial de então, na América), em 1706 foi fundado lá o primeiro presbitério, posteriormente um sínodo, na região da Filadélfia. O presbiterianismo floreceu na América, foi importante para a conquista da independência do país - certamente, por sua forte natureza democrática - e no final do século XVIII já era a mais importante denominação protestante nos Estados Unidos. Tendo fundado importantes instituições educação e formação teológica, como Yale e Princeton, também se tornou um importante centro de produção teológica e de difusão missionária do evangelho, de onde o presbiterianismo recebeu e ainda recebe hoje um forte impulso. Não obstante haver nos Estados Unidos da América denominações presbiterianas que abandonaram suas raízes históricas para abraçar uma fé descaracterizada pelo liberalismo teológico e flexibilização de seus padrões morais, há ainda um conjunto grande e forte de igrejas presbiterianas que preserva sua identidade bíblica e seu vínculo com a igreja histórica e apostólica.

Documentário sobre a IPB
No Brasil

 

A Igreja Presbiteriana do Brasil nasceu dos esforços missionários do presbiterianismo norteamericano. Descendente dos primeiros presbiterianos escoceses que migraram para a região da Pensilvânia, o Rev. Ashbel G. Simonton (1833-1867), após um sermão que ele ouviu do Dr. Charles Hodge na capela do Seminário Teológico de Princeton, decidiu-se por empreender esforços missionários e, dois meses após a sua ordenação, apresentou-se à junta de missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, mencionando especificamente o Brasil como campo de sua preferência. Aos 26 anos de idade, em 12 de agosto de 1859, aportou no Rio de Janeiro.

 

Antes de sua morte em 1867, o Rev. Simonton dirigiu os primeiros cultos em português, recebeu os primeiros membros, com seus colaboradores fundou a primeira igreja presbiteriana no Brasil, depois o primeiro presbitério, o primeiro seminário, o primeiro jornal evangélico do país.

 

As Igrejas Presbiterianas dos Estados Unidos continuaram enviando missionários ao Brasil e, juntamente com pastores e missionários brasileiros, espalharam o presbiterianismo por todo o país. Em 1888, foi realizado no Brasil o primeiro sínodo, marco importante para o presbiterianismo no Brasil pois estabelece sua independência em relação à denominação norteamericana.

 

Nos anos seguintes, a Igreja Presbiteriana do Brasil cresceu e empreendeu uma importante obra educacional no país, pelo que até hoje é reconhecida. Enfrentou dissensões e cismas já na primeira década de 1900. Em 1924, substituiu o antigo Livro de Ordem, herdado de seu antigo vínculo com as igrejas norteamericanas, por sua própria constituição, um documento ainda polêmico, mas que foi aperfeiçoado em 1950. A partir de então, a Igreja Presbiteriana do Brasil adquiriu unidade e identidade, o que se expressa na multiplicidade de seus ministérios e instituições e, apesar da pluralidade de pensamento em seu interior, também se expressa na perspectiva e nos padrões reformados que ainda mantém para a sua doutrina, culto, piedade e missão cristã.

Em Cruz das Almas
 
As primeiras incursões do presbiterianismo na Bahia foram promovidas por Francis J. C. Schneider - colaborador do Rev. Simonton - ainda em 1871, em Salvador. Em 1872 ele fazia os primeiros batismos na cidade. Também colaboraram neste período na Bahia Alexander L. Blackford e George W. Chamberlain (portanto, três importantes pioneiros do presbiterianismo no Brasil). Outros missionários enviados por outras regiões dos EUA prestaram importante serviço, como o Rev. John Benjamin Kolb e o Rev. William Waddel - que fundou uma escola presbiteriana em Ponte Nova. Em 1903 foi construído o primeiro templo e a igreja já prosperava. Em 1950, o Sínodo Bahia-Sergipe incluia os presbitérios de Salvador, Campo Formoso e Itabuna.
 
Foi no início da década de 80 [fevereiro de 1982] que um grupo de irmãos presbiterianos, vindos de diversas regiões, majoritariamente de Salvador, se instalou em Cruz das Almas, principalmente sob influência das operações da Odebrecht nas obras da Hidrelétrica Pedra do Cavalo. Esses irmãos empreenderam esforços para fundar uma congregação presbiteriana. À convite do grupo, o Rev. Eliezer Araújo, então ministro em Itabuna, fundou a congregação na cidade e a entregou à responsabilidade dos irmãos, que procuraram o Presbitério de Salvador para assistência. Assim, nossa igreja surgiu sob a figura da congregação presbiterial. É preciso notar que embora os fundadores e primeiros membros da congregação sempre tenham se sentido independentes e, de fato, eram para todos os efeitos, o que caracteriza a congregação presbiterial, nos termos da nossa constituição, é justamente o fato de não ser capaz de governo próprio. Essa situação difícil e inadequada perdurou por mais de 30 anos.
Em todo caso, esse também foi um período em que mais pessoas se agregaram a igeja, em que a amizade cristã floresceu. Foi um período em que a solidariedade interdenominacional marcou a cidade, pois durante estes anos, o teto de uma Assembleia de Deus cedeu e a congregação presbiteriana compartilhou com aquela igreja o seu prédio recém adquirido.
 
Posteriormente, a congregação foi restaurada ao governo presbiteriano, mas com fortes marcas da confusão doutrinária trazida por esses movimentos. Neste período, a membresia da igreja variou bastante. Por um longo período, já nos anos de 2000, a congregação ficou sem a assistência de um ministro em tempo integral. Somente depois de 31 anos, e ainda sem a necessária estabilidade financeira e com dificuldades para constituir um conselho, em 18 de agosto de 2013, a congregação se torna igreja presbiteriana.
 
Em todo caso, é necessário ponderar que em tudo operou a boa mão do Senhor, cujos desígnios não nos são sempre claros, mas cujo propósito será sempre, e infalivelmente, a Sua própria glória e o bem dos que ele elege. Atualmente, a nossa igreja passa por grandes adaptações em seus padrões doutrinários, de culto e vida cristã, se alinhando a um movimento de restauração da fé reformada no Brasil e no mundo. Dos anos que ficaram para trás temos as lições, a experiência acumulada, a prova e o teste do Senhor, e a recompensa da herança para todos aqueles que se mantêm fiéis ao propósito de buscá-Lo. Do tempo que temos pela frente, o desafio e o bom combate no Senhor.
O trabalho iniciou num prédio situado à Rua Leopoldo Cesarano [Rua da Malva], com esses primeiros irmãos. No início dos trabalhos, vinham ministros de Salvador para realizar os atos pastorais e vinham missionários, durante a semana, para evangelização. Apesar de ser uma comunidade pequena, exerceu influência suficiente para conquistar, junto ao prefeito Claudomiro Pamponet, a doação de um terreno para a construção do templo. Os fundamentos da construção chegaram a ser lançados numa cerimônia simbólica de que participou o próprio prefeito, em 1983. No entanto, com a mudança de governo a promessa foi desfeita, pois o terreno não chegou a ser formalmente passado para o nome da igreja.
 
A congregação se transferiu para outro prédio, na Rua Ruy Barbosa [Rua da Estação], onde funcionou durante algum tempo. Durante esse período, em função da saída de alguns membros - por força da conclusão das operações da Odebrecht em Pedra do Cavalo -, a congregação enfrentou alguns problemas financeiros. Depois de ter adquirido um terreno em que construiria o seu templo e enquanto o construía, a congregação chegou a se reunir - mas uma vez, em função do prestígio conquistado na cidade - no Colégio Virgildásio Sena. Mesmo sob tais condições, a congregação chegou a sediar encontros presbiteriais de adolescentes e eventos semelhantes.
 
A construção foi concluída e a congregação se transferiu para o seu atual endereço, na Rua Pedro Manoel da Silveira, em fins da década de 1980, quando também foi transferida do Presbitério de Salvador para o recém criado Presbitério Central, com sede em Freida de Santana. Mesmo assim, durante algum tempo, a congregação permaneceu desassistida, infelizmente. A congregação foi para o novo templo em 1991. Durante a década de 1990, em que a congregação passou a ter obreiros em tempo integral, outras dificuldades foram ainda enfrentadas pela congregação, como o assédio do movimento G12. Durante boa parte desse período, o governo e o ensino na igreja foram conduzidos por uma mesa administrativa constituído por mulheres, o que está em clara contradição com os documentos da IPB e as Sagradas Escrituras.

Até aqui nos ajudou o Senhor

Sm 7.12

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